domingo, 8 de abril de 2012

O Manifesto Sobre Parar


É preciso parar.
Parar mais,

para sob as sombras
dessas raras árvores,
ser,

e perceber a bagunça,
a estúpida labuta
por metas estúpidas,
e o que nos estupra
em cada televisor.

É preciso que se pare,
repare-se como se dói,
como se corrói teimar,
sonhar e amar...

Parar mais sobre olhares.
Pairar mais sobre detalhes
que na maioria das vezes
são sempre tão importantes...
quanto destoantes...

não que isso signifique
deixar de avançar,
mas parar é um dom cujo
o Tempo nos concede,

pra que se possa prosseguir,
distinguir as necessidades
básicas entre viver e morrer...

Paremos,
pra que se pare o monstro que
parimos...

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Dia da Verdade

A esperança se tornou uma ferida
aberta e infeccionada no meu peito
e o seu pus mela e fede os meus sonhos;

pelo ferimento escorre aos poucos,
lágrimas e raiva, sangue e um espírito oco,
mas que outrora já esteve rouco
em gritos de/por liberdade
e o pus enferrujou as cordas e vontades vocais,

e secou na índole dos homens,
numa indolente e luxa libido que goza sangue
e sangra espermas...