sábado, 24 de setembro de 2011

...


Eu olho para o violão, sinto vontade,
enfrento a linha da minha limitação
e caio exaurido, a dois passos do paraíso,
a duas milhas de um sorriso – não grito.

Calo-me de fumaça, penso na vida a viver.
Forço. Uma vez e cedo. Duas. Agora ergo-me
nas entrelinhas desse poema.

Se pudesse, eu gostaria do seu colo, todo dia
perco-me nessa minha mania de esquecer.
Esqueci que posso. Que preciso. Devo...

Ontem reclamei da chuva
que nem reclamava de injeção.
É primavera, eu pensei.
A flora urbana ainda sabe.
Apesar do pixe quente,
do desdém da gente.
Ela ainda floresce, entre edifícios
e fios, carros e avenidas.
Como quem pedisse esperança...

Quero pensar em cada pétala
como uma possibilidade...

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