segunda-feira, 3 de outubro de 2011

O Mito da Rima


Certa vez, a Tristeza,
Sentiu carência da beleza de ser mãe,
Procurou dentre todas as entidades
Alguma que fosse capaz de lhe dar
Essa felicidade,
Tentou a Sabedoria,
mas viu que era orgulhosa demais.
Flertou com os Deuses,
  que além de desconhecer
  a importância dos defeitos,
queriam filhos para a cruz.
Procurou até a Alegria,
mas além de infiel,
descobriu que era estéril.
Exausta então, o mundo calou,
ela cambaleou
e tropeçou no colo da Loucura,
A puta,
Que de amor lhe acarinhou, e feliz,
 um filho gerou.
Mas aquela criança que nascia
dessa insana união,
fazia questão
de realizar o próprio parto,
e, portanto, vendo o casal
Que o filhote era forte,
Deixaram o cordão no umbigo,
Para que ele próprio realizasse o corte;
Nascia então,
Nutrida pelo ventre amargo da Tristeza,
E amamentada pelos seios fartos da Loucura,
A primeira rima.

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